Antônio jácome,esfera pública e tiranizações privadas

Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, defende que o político vem ganhando cada vez mais feições de celebridade. Figura construída meticulosamente pelos gurus do marketing, os pleiteadores de cargos públicos se valem, muitas vezes, da apresentação de uma imagem bela, reta e justa para se tornarem mais “competitivos”.




Não perdem tempo quando o assunto é tiranizar a esfera pública com cenas de sua suposta vida privada. Não é incomum assistir no programa eleitoral gratuito, ou em outros momentos das eleições, políticos, em um tom lacrimoso, apresentando sua família, casamentos de 30 anos, sua devoção religiosa, vocação inata para o trabalho e até a boa amizade com um cachorrinho doméstico. Falas rápidas e demonstrações vazias têm a clara intenção de cobrir o vácuo de lutas do candidato. Nada de propostas. Só o pop-star aparece: é a estrela da Tv, das baladas e até da religião. Há até quem faça uso de nomes bíblicos para atender a determinadas demandas de suas bases sociais.



Foi neste sentido que o deputado estadual Antônio Jacome se tornou uma “vítima” das próprias condições em que ele se enredou. Do peixe que ele vendeu. Tendo sido o deputado mais votado da última eleição, fincou os pés no segmento evangélico como um “homem da igreja”, conforme dizia em sua propaganda eleitoral gratuita. Ao invés de falar sobre assuntos de interesse público, seu foco sempre foi sua vida ilibada.



E aí, por este caminho, qualquer desconfiança lançada contra o Jacó, como também se fez conhecer, em uma clara alusão a dos “mensageiros de deus”, pode representar o seu fim enquanto político.



E parece que foi o que aconteceu. Sendo acusado de cometer adultério e forçar uma parceira a praticar o aborto, Jacome está passando por uma verdadeira “provação”. A suposta expulsão da atividade de pastor por parte dos diretores da assembléia de deus, igreja da qual é filiado, representa a descrença dos seus pares religiosos e, conseqüentemente, o fim da relação política com esta parcela da sociedade. Jacome, em um discurso emocionado, tentou se defender das acusações. Porém, a imagem santa foi severamente arranhada.



A situação relatada demonstra total oposição com a política em seu início e que poderia ser pensada, mesmo hoje, como um ideal a ser buscado. Na ágora grega, espaço de discussão dos problemas públicos, era o argumento e as propostas que prevaleciam. Nada de vida pessoal. Em matéria de atuação política, questões privadas eram secundárias.



O deputado Fernando Mineiro do PT, em um aparte, tentou demonstrar a importância deste ideal. O que tem a ver o possível adultério com a atuação parlamentar, perguntou ele? Absolutamente nada. Mineiro, sem dúvida, tem razão. Um político deve ser medido por aquilo que ele produz enquanto um ser que fomenta questões de interesse coletivo. Atividades amorosas, sexuais, religiosas, preferências futebolísticas, etc dos indivíduos, quando entram na cena pública, só atrapalham o debate sobre o que realmente importa.



O problema é que, ao fazer política falando apenas de suas qualidades magnânimas, Jacome produziu as armas com que depois foi atacado. A “santidade”, ainda que almejada por alguns, não pode ser por muito tempo sustentada na política, principalmente porque o representante fica sempre a mercê de qualquer tipo de injúria, independentemente da veracidade do seu conteúdo.



Portanto, ao esquecer das questões públicas e promover um debate, apenas, pela via das suas credenciais carismático-religiosas, Jacó acabou se tornando vítima do seu próprio veneno.







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(Bruno)A crítica a um homem público é salutar para o Estado de Direito, não é a crença do cidadão que o coloca acima do bem e do mal, da mesma forma, observo que a crítica a um homem público crente não é uma crítica a sua crença. O Estado Laico é uma conquista de toda a sociedade brasileira, nesse aspecto, os beneficiários imediatos da primeira Constituição da República de 1891 foram os protestantes, não queiramos agora confundir ou inverter os valores: um político cristão não é um representante de Deus junto às instituições, é um representante do povo e está sujeito às leis e à opinião pública. Político protestante é tão filho de Deus quanto qualquer um outro, erra como os demais, tem pecados como todos os outros e pode ser tão hipócrita como alguns outros também o são. Não repitamos os erros dos fariseus, daqueles que se consideravam melhores por serem mais crentes ou por se declararem assim. Jacome é filho de Deus com todas as graças dos filhos de Deus, por isso mesmo não está acima do bem ou domal e, sendo homem público, deve responder publicamente por seus atos nesse mister.






(Daniel menezes)É, Bruno, ao atropelar as estações, Jacome jogou a própria corda para se enforcar.




Passou a eleição inteira criticando o aborto para ter o voto dos religiosos e se envolve nesse tipo de denuncia pela segunda vez.



Você tem razão. Ele é homem público. Merece crítica pública. Ainda mais porque usou largamento a imagem privada para se promover. Não conseguiu sustentar a suposta santidade e se complicou.



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(Marcos)AS PALAVRAS SÁBIAS SÃO PARA OS SÁBIOS E AS PALAVRAS TOLAS SÃO PARA OS TÔLOS. AS BENÊFES DAS CARNALIDADES DESTE MUNDO ESTÃO A SE PROLIFERÁ A CADA DIA E NINGUÉM ESTÁ INSENTO DAS INVESTIDAS DE SATANÁS: QUE VEIO COM UMA FUNÇÃO TÃO DISCRETA MATAR,ROUBAR E DESTRUIR . TOMAMOS CUIDADO A TODO SEGUNDO A CONHECER O MUNDO ESPIRITUAL E MATERIAL QUE TANTO NOS ARRODEIA NA SOCIEDADE EM QUE VIVEMOS.O MELHOR É ANDARMOS NA PRESENÇA DO NOSSO DEUS A ONDE OS SEUS OLHOS ESTÃO EM TODO LUGAR.




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(Marcos)SÃO 02:32 MINUTOS HORÁRIO DO BRASIL. A BÍBLIA É O LIVRO MAIS LIDO DO MUNDO PARA TODOS OS NOSSOS PROBLEMAS ELA TEM UMA RESPOSTA AS NOSSAS REFLEXÕES NOS DESLIZES NO MUNDO EM QUE VIVEMOS.DEUS ABENÇOE A TODOS.


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